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domingo, 3 de julho de 2011

Parada LGBT de São Paulo e a paz dançando na Avenida!

"Depois da luta do bem contra o mal
Num ano de brigas e intrigas
A paz veio dançando na avenida”
(Jorge Ben)

Estive na Avenida Paulista no último dia 26, participando da 15ª. Parada do Orgulho LGBT. Fui sozinho, já que a Érica, minha acompanhante, se excedeu na cerveja na noite anterior e amarrou um bode no domingo que foi quase impossível fazê-la acordar.

            Como não sou fã de aglomerações, admito que fiquei na dúvida entre ir até o Centro de São Paulo, e depois encarar uma hora de viagem de volta para Mogi das Cruzes, ou ficar em casa. Escolhi ir à Paulista, mesmo sozinho, mesmo que fosse apenas mais um na multidão que pra lá se dirigia eu sabia que tinha que estar lá!
 
Tinha a clareza de que estava participando de um dos maiores eventos do mundo, tinha a clareza de que considero a Parada um importante evento que dá visibilidade às nossas causas e tinha clareza das polêmicas que a envolvem.

Fiquei pouco tempo na Parada, ouvi alguns discursos, dancei um pouco (sou péssimo nisso, mas lá ninguém se importava, o importante era dançar), conversei com pessoas, fiquei zanzando por lá, sem destino certo, fotografando e observando o que estava acontecendo na Avenida.  

Admito aos críticos que muita gente tava lá por diversão, para pegar geral, pra beber, que muita gente foi para conhecer e que muita, mas muita gente não sabia o que estava fazendo lá. Mas eu estava na Parada da Diversidade, não numa procissão, apesar dos santos bonitões que estavam nos cartazes ao longo da Paulista, lá era permitido não saber e era permitido se divertir.

Por outro lado, senhores detratores da Parada, era impressionante o número de famílias, de casais heterossexuais, de idosos, de religiosos participando da festa, interagindo, apoiando a luta contra o preconceito, e principalmente, era impressionante a tranqüilidade com que a Parada se desenrolava.
Posso afirmar que mesmo com todas as diferenças de opiniões e de objetivos que lá existiam, a Parada cumpriu seu papel, e a Paulista comportou, tranquilamente, os mais diferentes tipos de pessoas, opiniões, crenças e o que mais quisesse se manifestar por lá! Comemorou o que tinha para ser comemorado, e deixou bem claro que ainda temos muito que avançar para tornar nosso país livre da homofobia.

Agora, passada a ressaca, é hora de nos organizarmos, lutar por mais políticas públicas que atendam a comunidade LGBT, que acolham e incluam, que combatam a discriminação, é hora de continuarmos firmes na luta pela garantia dos direitos civis dos homossexuais, e que nos somemos aos mais diferentes movimentos sociais, engrossemos a luta por democracia, e que dialoguemos cada vez mais com a sociedade brasileira.

A Parada de São Paulo foi um estrondoso sucesso, mas é preciso fazer com que a Parada vá para além da Paulista!

O desafio tá posto, vai encarar?



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